A Arma e a Ferida
É sempre a mesma história
Um ir e vir
Um repetir infinito quase tedioso
O desejar e o perder
A esperança e o cair de joelhos
Mas desta cena teu nome não passará
Meus novos amigos não saberão de você
Eu nunca saberei se desviei da bala
Ou se fui eu quem atirou
Mas está em minhas mãos curar minha ferida
E selar teu nome de nova pronúncia
Doeu, chorei, sofri
Caí de joelhos e me levantei
Mas eu não deixarei o filme passar novamente
Teu nome não estará nos créditos
Um qualquer se deixaria enganar pelo destino
E fazer outra pessoa sofrer em troca
Mas agora eu sei curar minhas feridas
Encontro alívio levando alívio a outros
Eu aprendi a dar o que você não tem
Minha ira não recairá sobre inocentes
Ela vai apenas descer arrasadora sobre seu nome
Para apagá-lo
Gastarei toda minha energia para que ele suma dos registros
Apenas um momento deletado
Sem glória e sem vergonha
E por mais que eu nunca saiba se desviei da bala ou se atirei
Sei que não repetirei seu erro
Por mais que eu saiba fazer isso
Ainda vejo o bem e o amor que levei até você
Mas agora é apenas uma miragem à minhas costas
Abandonados em um deserto ao qual não voltarei
O mesmo deserto em que o vento apagará teu nome na areia
Nome que sabemos que você sequer teve
Uma mentira como outras em sua pobre riqueza
Dane-se quem atirou ou quem foi atingido
Da minha ferida me curo
Divirta-se no restaurante da torre Eiffel
Eu tenho meu palácio na Macedônia
Nele transborda o que só se pode dar
E que ouro algum lhe comprará
O amor real